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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

As mensagens subliminares

As mensagens subliminares

O primeiro tipo de condicionamento subliminal a fazer objecto de debates -muito conhecido- é aquele descoberto nos anos 50, realizado pela Coca-Cola para fins publicitários.

Sabe-se que a visão humana só pode perceber uma imagem num filme que se esta é apresentada num mínimo de 12 fotogramas. A sociedade que produz a Coca-Cola tinha inserido sequências de fotogramas mais breves, com um conteúdo publicitário, em certos filmes projectados nas salas de cinema. Durante o espetáculo, os espectadores expostos a esta publicidade tinham consumido 39% de Coca-Cola a mais.

Esta descoberta fez escândalo, e a publicidade subliminar foi formalmente interdita. Mas parece que o seu uso prosseguiu, mesmo em formas não visuais e com fins estrictamente comerciais.

Em 1978, deu-se conta que inúmeros supermercados difundiram, através de altifalantes e a um nível sonoro impossível perceber-se conscientemente, mensagens que exortavam a não roubar. O roubo nos supermercados reduziu-se em cerca de 36%. [...]

Este tipo de condicionamento subliminar foi igualmente interdito pela lei: mas o respeito desta resta a verificar.

Paolo Baroni, no seu ensaio I principi del tramonto, fez saber que uma letra tinha sido enviada por Gianni Agnelli aos acionários da FIAT na qual se falava de mensagens subliminares utilizadas para "sonorizar" as fábricas com vista a aumentar a productividade e "melhorar" a relação (ler submissão) trabalhador/empresa, reduzindo os "conflitos no seio da empresa" (diga-se das reivindicações salariais e outras).

A presença de mensagens sonoras subliminares é geralmente denunciada, e verificada, na música contemporânea como o rock e o heavy metal. É questão de mensagens a conteúdo satânico ou criminal, que não são audíveis em condições normais porque muito lentos ou muito acelerados ou registados inversamente. O seu poder efectivo de condicionar o psíquico dos amadores dessas músicas resta a verificar.

Mas todavia deve-se advertir que esse tipo de musica difundida em alto volume, seja durante os concertos ou discotecas, combinam-se de maneira sinérgica com a ingestão de álcool e drogas. Isso produz outros efeitos no cérebro, que não são limitados á noite de diversão, mas duráveis, de uma importância sanitária e social considerável pois têm incidência nas capacidades cognitivas de muitas pessoas. [...]

As duvidas sobre a eficácia das mensagens subliminares parecem no entanto serem desmitificadas visto a quantidade de pesquisas e investimentos que se efectuam nesse domínio e os brevetes que são depositados, com vista a meter ao ponto sistemas de condicionamento com fins comerciais e políticos. A predicação religiosa também acabou por entrar no sector comercial. É uma práctica notoriamente difusa do outro lado do Atlântico, onde trabalham empresas especializadas na preparação de salas de predicações religiosas dotadas de invenções electro-acusticas eficazes para incentivar os crentes a fazer doações e a revir.

As mensagens subliminares que veiculam os pedidos do predicador aos fiéis (dar, obedecer, revir, trazer outros fiéis) são muitas vezes emitidos a uma frequência sonora de 6 ou 7 Hz, que é a do vibrato, a qual resulta empiricamente ter um efeito muito sugestivo e alteração ao nível da consciência e capacidade critica das pessoas. Muitas delas ficam então inclinadas a escorregar para um estado comparável ao transe, prontas a acolher os pedidos que recebem desde que estes não sejam ameaçadores nem alarmantes. Uma outra frequência critica situa-se á volta de 3,5 Hz, que corresponde á ressonância do crânio.

Aliás, o efeito da musica - e de uma certa musica e certos instrumentos de musica em particular- sobre o psíquico, o humor, a disponibilidade das pessoas á acção, ao sacrifício, ao prazer e á crença, é bem conhecido e explorado á milénios. Sobretudo nos campos de batalha, mas também durante festas místicas, de divertimentos diversos. Nos anos 70, descobriu-se que a musica podia produzir a secreção  de substancias quimicamente semelhantes ao opium (encefalina, beta-endorfina). Estas têm uma acção eufórica e anestésica sobre o psíquico, o que reduz sensivelmente a tendência á lógica e á critica. Está claro que a musica produz uma de-cognição e não pode ser considerada como um inocente acompanhamento estético de eventos visto que estes são potencialmente orientados a influenciar o pensamento e a conduta de pessoas. A secreção das ditas substâncias são também estimuladas logo que nos abandonemos á escuta da televisão. Daí o poder agradável, consolador, mas também vagamente acostumador, do pequeno écran. E daí, boa parte da sua eficácia como instrumento de persuassão, publicitária e propagandista. É notório que assim que a televisão chega e se propaga num país sub-desenvolvido, a população fica mais tranquila.

As técnicas de elaboração acústica disponíveis á hora actual permitem reenviar a mensagem subliminal, para um lado subconscientemente perceptível, e ao mesmo tempo impossível a distinguir da musica, o canto ou o falar. É questão de uma forma de esteganografia. [...] Pois que na cryptografia, o texto é reconhecível mas não compreensível, na esteganografia, o texto, a mensagem, não é reconhecível, não aparece, está oculto.

A esteganografia recorre assim á utilização de imagens publicitárias ou propagandistas nas quais a mensagem subliminal (veiculada por palavras ou imagens, ou pelos dois) não é percebida conscientemente, mas mesmo assim alcança o inconsciente.

Teoricamente, cada mensagem ou musica, cada imagem ou filme, pode ocultar mensagens subliminares.

Tudo isto visa influenciar a grande maioria dos processos psíquicos - a verdadeiro dizer, quase totalmente- que ficam subconscientemente, fora de controlo da consciência e direcção da vontade.

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